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Sexualidade infantil – Lidando com ela sem tabus
O seu humano desde seu nascimento está desenvolvendo a sexualidade. Sexualidade infantil, aqui, interpretada como prazer, ou seja, a satisfação de um desejo, e não necessariamente relacionada a sexo. Inicia pelo encanto de se alimentar, de explorar os pés e as mãozinhas e levar tudo à boca. Em seguida, descobre as diferenças entre homens e mulheres, meninos e meninas, brincando com curiosidade até com os órgãos sexuais do coleguinha.
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Tudo isso ocorre naturalmente na vida da criança, dependendo claro, da atitude dos pais e educadores perante essas descobertas. São os adultos que na maioria das vezes erotizam as atitudes da criança, dando um significado desvirtuado, coibido e, por vezes, sujo a esses comportamentos.
A descoberta da sexualidade infantil
Depois do desfralde, por volta dos seus 3 ou 4 anos, as crianças começam a perceber as partes que formam todo a sua estrutura corporal, a cabeça, o tronco, os membros e, geralmente, quando descobre os órgãos genitais, e as sensações prazerosas vindas destas partes do corpo. Pode ser que, algumas vezes, elas usem da manipulação apenas para relaxar.
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Se isso virou um hábito frequente e acontece muitas vezes ao longo do dia, podemos auxiliar a criança a encontrar outras possibilidades de sentir prazer. Como por exemplo, fazendo cafuné no próprio cabelo, apertando algum brinquedo com textura ou ouvindo uma música.
A sexualidade infantil, na maioria das crianças nessa idade manifesta o desejo de também conhecer e explorar as partes íntimas de outras pessoas. Muitos querem ver, saber como funciona e até tocar no corpo dos mais próximos. Este é um bom momento para começar a mostrar para a criança os limites entre o próprio corpo e o corpo do outro.
Caso os pais se deparem com a criança acariciando seu órgão genital na frente de outras pessoas, ou praticando jogos sexuais em que os amiguinhos se tocam, é muito importante não mostrar aversão ou ameaçar puni-la por seu comportamento. Ao invés da bronca, explique para seu filho que isso é um ato íntimo que requer privacidade e que não deve ser feito na frente de outros.
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Desviar a atenção para outras atividades pode ser interessante. Demonstrar horror quando deparar-se com cenas inusitadas como essa pode ocasionar sentimentos negativos na criança e medo em relação à sua sexualidade, podendo gerar conflitos na vida sexual quando ela tornar-se adulta.
A curiosidade na sexualidade infantil
Por volta dos 6 ou 7 anos a criança começa a amadurecer a sexualidade infantil e passa a investir suas energias em novas experiências na relação social. Através de brincadeiras de faz de conta, elas representam e experimentam papéis sociais de mamãe e papai, esposa e marido, brincam de médico e de namorados. Isso acontece pela simples curiosidade sobre as diferenças sexuais e de gênero característica desta faixa etária.
Elas imitam o que observam em casa, na escola, nos meios de comunicação e em outros espaços de convivência. É importante atentar-se apenas se os jogos sexuais não estão tomando dimensões maiores do que o normal ou sendo realizados com amiguinhos muito mais velhos que seu filho, ou sendo aliciados de alguma forma.
Nessa fase da infância também surgem perguntas mais complexas sobre seu corpo, reprodução e relações afetivas. Para lidar com isso, dar respostas verdadeiras, claras, objetivas e pontuais, de acordo com a maturidade e a curiosidade expressada pela criança costumam ser o suficiente.
Como lidar de forma tranquila com a sexualidade infantil
A falta de informação ou respostas mentirosas podem dificultar a busca de conhecimento saudável vivido pelas crianças. Acolher o interesse dela, além de promover seu desenvolvimento social, cognitivo e emocional, fortalece a relação de confiança entre ela e seus adultos de referência.
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A exploração corporal é uma etapa natural, porém a cautela dos pais é essencial. É importante observar se há excesso, ou seja, a criança está deixando de brincar ou realizar atividades cotidianas por conta disso. Neste caso, talvez seja hora de averiguar mais a fundo e até procurar ajuda de um profissional para que ela desenvolva a sexualidade infantil de forma tranquila e saudável.
CRP 12/11147
Esposa, Mãe, Psicóloga clínica e Especialista em Psicologia e Sexualidade.
Atua com psicoterapia e terapia sexual com adolescentes, adultos e casais em Jaraguá do Sul – SC. Realiza palestras e eventos com temáticas em saúde mental e sexual.
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