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Baby talk: pode interferir no desenvolvimento da criança

baby talk e o desenvolvimento da fala da criança

Falar de maneira infantilizada, usando um tom de voz terno e pronunciando palavras de forma incorreta, é comum entre pais e familiares de bebês. O hábito, conhecido mundialmente como “baby talk”, gera dúvidas sobre a influência no desenvolvimento da fala da criança. Pesquisas mostram que essa “linguagem de bebê” pode ser benéfica na relação entre pais e filhos, transmitindo afeto e segurança à criança, mas profissionais advertem que alguns cuidados devem ser tomados.

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O que é “baby talk”?

baby talk é a adaptação linguística utilizada por adultos, e até mesmo por crianças maiores de 6 anos, quando se comunicam com crianças pequenas. Portanto, pode-se dizer que se trata da fala dirigida aos bebês. Definição por Sou Mamãe.

Segundo a especialista em pareceres pedagógicos do Sistema de Ensino Aprende Brasil, Rita Schane, é natural que os pais infantilizem suas falas ao conversar com os filhos, mas é preciso saber a hora de parar. “A medida que a criança começa a estabelecer vínculos com outras pessoas, em outros espaços, essa fala infantilizada pode prejudicar, inclusive, os seus relacionamentos. Então, os pais precisam discernir que, quando a criança está se apropriando da oralidade, eles devem passar a falar de forma correta, para que o filho se aproprie do vocabulário de maneira adequada”, explica.

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Apesar do alerta, Rita lembra que utilizar palavras no diminutivo, como “filhinho”, copinho”, etc. não representa uma infantilização da fala, mas apenas um jeito carinhoso de conversar. “Esse tipo de expressão, no diminutivo, não vai interferir no desenvolvimento da linguagem.

Por que o “baby talk” pode prejudicar a criança?

O que deve ser evitada é a forma incorreta de pronunciar as palavras como, por exemplo, falar ‘pepeta’ em vez de ‘chupeta’”, expõe a especialista. Para ela, esse tipo de hábito não vai contribuir em nada com a criança, que pode, inclusive, sofrer bullying quando chegar na escola, ao conversar dessa maneira com os amigos. “A criança sofre um choque linguístico  porque em casa é ‘pepeta’ e na escola é ‘chupeta’, e ela vai chamar o objeto como se acostumou. É importante que, nesse momento, a família não fale mais assim com ela e já tenha organizado um repertório mais adequado, que articule as palavras de forma correta”, adverte Rita, lembrando que quanto mais a família estimular, mais rápido a criança vai falar, e quanto mais infantilizada a fala, mais demorado será esse processo.

 

Como auxiliar no desenvolvimento da fala

Nem tudo são preocupações. O processo de desenvolvimento da fala é específico para cada criança, cada qual tem o seu ritmo e o seu tempo. Então, os pais não devem, imediatamente, se preocupar com a demora ou com erros ao longo do caminho. A pedagoga explica que mesmo quando a criança já está saindo da Educação Infantil com o repertório bem organizado, podem acontecer algumas trocas na hora da fala, como “plato” em vez de “prato”, ou “vrido” em vez de “vidro”. “Isso é natural porque ela está construindo e desenvolvendo a linguagem. Esses erros são questões fonoaudiológicas que, muito provavelmente, serão corrigidos com o tempo”.

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Rita ainda orienta que, para incentivar o desenvolvimento da fala corretamente, os pais sempre peçam para os filhos justificarem suas posições. “Quando você fala pra criança não mexer em algo e ela pergunta o porquê, não responda ‘porque não’. O certo é responder os motivos do ‘porque sim’ ou ‘porque não’ e sempre pedir que ela explique o que quer, sem que os pais não atendam ao simples “apontar” da criança para o objeto que deseja. Faça-a falar o que quer e o porquê quer. Isso vai contribuindo para a ampliação do repertório da criança”.

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Além disso, as correções devem ser feitas pontualmente, sem sufocar a criança. “Não é necessário ficar sempre a corrigindo, até porque ela está em processo de aquisição da linguagem e é natural que erre, é natural que não saiba. O erro é uma tentativa de acerto. Sempre que possível faça a intervenção, desde que não a intimide, para que ela também não perca a confiança na sua capacidade de falar”, indica Rita.

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