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Ansiedade na infância: Saiba identificar e ajudar!
A ansiedade em si faz parte da vida de qualquer pessoa. Ao nos depararmos com um desafio, uma situação em que precisamos sair da zona de conforto ou passar por uma experiência nova – sentimos ansiedade. Ela pode agir como um sistema de alarme, que nos ajuda a nos defendermos, ou agir como algo que nos estimula a nos prepararmos melhor para certas ocasiões, como antes de realizar um teste, uma entrevista ou falar em público.
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Com as crianças isso não é diferente. Elas têm sintomas e emoções que caracterizam a ansiedade, mesmo sem conseguir nomeá-la. Antes de aprender a andar de bicicleta, a primeira vez que conseguiu ler uma palavra, quando teve a primeira competição de alguma modalidade esportiva. Essa ansiedade é normal, passado o desafio, dá-se lugar a sensação de conquista e prazer.
Ansiedade na infância
Crianças de 8 meses de idade podem apresentar sintomas de ansiedade sempre que se separam dos pais. Isto é normal. Entre os 6-8 anos de idade, a ansiedade se volta para o desempenho escolar e o relacionamento com os coleguinhas. Crises de ansiedade na infância também podem ocorrer quando a criança passa por mudanças significativas como troca de escola ou de casa, falecimento de entes queridos, chegada de novos irmãozinhos, separação dos pais e etc.
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A ansiedade na infância passa a ser um problema quando se torna disfuncional e impede a criança de realizar tarefas simples, como dormir, brincar com outra criança ou ir à escola.
Quais são as características dos transtornos de ansiedade?
Os Transtornos de Ansiedade (TAs) são reconhecidos como alguns dos transtornos mentais mais prevalentes em crianças e adolescentes, encontrando-se atrás apenas do Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) e do Transtorno de Conduta. No Brasil, um estudo populacional encontrou índices de prevalência de 4,6% em crianças e 5,8% entre os adolescentes. Quando o transtorno é presente na infância ou na adolescência e não há tratamento adequado, há incremento na possibilidade do progressivo agravamento da condição mórbida ao longo da vida.
Os critérios diagnósticos apontados na DSM-IV-TR (APA, 2000) incluem ansiedade e preocupação excessiva e de difícil controle com diversos eventos, na maioria dos dias e com duração mínima de seis meses, causando prejuízos no funcionamento da vida diária. O quadro deve ser acompanhado ainda de pelo menos três de seis sintomas físicos tais como:
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- inquietação;
- fatigabilidade;
- dificuldade de concentração;
- irritabilidade;
- tensão muscular;
- perturbações do sono.
O diagnóstico em crianças e adolescentes difere dos adultos no que diz respeito aos sintomas físicos. Há a necessidade da presença de apenas um sintoma somático para que o diagnóstico seja confirmado em infanto-juvenis. Embora dores de cabeça ou de estômago, assim como tensão muscular sejam queixas comuns em crianças e adolescentes com Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), a fatigabilidade é a queixa mais frequente.
Muitas vezes crianças e adolescentes com TAG se parecem com “mini adultos” em função da preocupação em excesso com compromissos, da rígida aderência a regras, ou por suas perguntas referentes aos perigos inerentes às situações.
Estas preocupações dificultam o diagnóstico precoce do transtorno, porque os adultos podem ter a tendência de valorizar este tipo de preocupação, confundindo assim a presença dos sintomas com senso de responsabilidade. Crianças e adolescentes com TAG podem ter preocupações consigo ou com os outros sobre diferentes domínios, como por exemplo: perfeccionismo; pontualidade; saúde e segurança; eventos catastróficos mundiais (tais como: guerras ou desastres naturais); situação financeira familiar e futuro.
O que fazer diante da ansiedade do filho?
Antes de julgar que a ansiedade está se tornando um problema, é importante ficar atento aos sinais e levar em conta a idade e a fase pela qual a criança está passando.
É importante que você, pai ou mãe, observe se o seu comportamento está gerando a ansiedade em seu filho. Manter a calma quando seu filho está aflito por conta de uma situação ou evento é muito importante. Pais ansiosos podem também ter filhos ansiosos.
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Por fim, ajude seu filho a enfrentar as situações que geram ansiedade. Afinal, tais circunstâncias o acompanharão por toda a vida. Muitas vezes, numa tentativa de proteger os pequenos, os pais se esforçam por evitar as situações e lugares que geram ansiedade nos filhos. Na verdade, deveriam ajudá-los a enfrentar os medos e, assim, reduzir a ansiedade na infância.
CRP 12/13845
Psicóloga Clínica, cursando Especialização e Pós-graduação em Psicodrama pela Locus – Florianópolis/SC.
Conta em seu currículo cursos e palestras nas áreas de Desenvolvimento Infantil, Neuropsicologia, Estresse e Psicologia. Atua com crianças, adolescentes e adultos em Jaraguá do Sul/SC. Realiza palestras e orientações para pais.
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