Dados do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani-2019) revelam que oito em cada…
Seletividade Alimentar: quais os aspectos orgânicos e comportamentais associados a recusa do seu filho?
O que os pais não identificaram no processo de introdução alimentar que tornou a criança uma pessoa seletiva, com problemas sociais e nutricionais.
Os transtornos alimentares, mostraram-se comuns na infância, na adolescência e inclusive na vida adulta. Embora haja problemas de ordem orgânica, uma das principais influências de pessoas com seletividade alimentar está no ambiente que as cerca.
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Dentre os fatores de risco que geram a seletividade alimentar de ordem orgânica estão problemas com refluxo gastro-esofágico, deglutição, falta de apetite ou até na sensibilidade de texturas e sabores. Infecções na garganta como amigdalite, vômito, regurgitação, baixo ganho ponderal, disfagia funcional, odinofagia, disfonia, sensação de gosto ácido ou amargo na boca, náusea, desconforto pós-prandial, dor abdominal e/ou retroesternal, irritabilidade e problemas respiratórios entre outros influenciam diretamente no desenvolvimento de transtornos alimentares. Além disso, existem fatores como intolerância ao odor de alguns alimentos, texturas, cores e temperatura do alimento e sensibilidade ao excesso ou falta de sabor.
Embora esses sejam problemas que requerem a observação dos pais e uma avaliação médica e tratamento, o meio social ainda é um dos principais responsáveis pela SA (seletividade alimentar). Segundo a dra. Carla Deliberato, dedicada ao estudo e tratamento de crianças com problemas de recusa e seletividade, muitas vezes o comportamento alimentar de uma criança é a resposta do que ela vivencia dentro do seu ambiente social e familiar, e isso inclui condições sociais, demográficas, culturais e de crenças. “Existem crianças que desenvolvem aversão a alimentos com molho ou algo fácil de se sujar por conta de problemas de compulsão por limpeza da mãe – explica”.
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Ainda de acordo com a profissional, o momento das refeições mostra-se fundamental na educação da criança e no desenvolvimento de transtornos. “É comum observarmos famílias que por conta da rotina desenvolvem o hábito de refeições individualizadas, o que influencia na qualidade, seletividade e quantidade do que se ingere” – afirma Carla. É importante ressaltar que o fato de haver a reunião familiar para as refeições não exclui a necessidade de atentar-se ao comportamento imposto nesse momento. O uso de métodos purgativos aplicados pelos pais, ou até mesmo a necessidade dos mesmos com dietas, entre outros padrões sociais influenciam na formação da criança que vivencia todas essas emoções durante o momento da refeição, desenvolvendo a seletividade e traumas.
Mesmo não tendo controle sob o comportamento da criança e não mudando os padrões alimentares, muitos pais gostariam de modificar os hábitos das crianças, porém, sem acompanhamento profissional, fazem isso de forma equivocada, oferecendo recompensas. Táticas como essa não fazem com que a criança mude de fato e passe a apreciar o alimento. “Existem diversas estratégias que podem ser aplicadas para que a criança mude o modo como encara os alimentos e momento das refeições. Incluir a criança no preparo gera interesse, mudar a forma como o alimento é apresentado também contribui com a curiosidade – afirma Carla”.
Além dos padrões familiares, as mídias também desempenham forte influência sobre o comportamento alimentar tanto em crianças quanto em adolescentes. Programas de tv, músicas, clipes, diálogos, redes sociais entre outros, influenciam diretamente nas escolhas. Carla explica que essa intervenção pode acontecer ainda na primeira infância ou se desenvolver apenas na adolescência. Uma vez desenvolvidos e sem tratamentos adequados, tais comportamentos prejudicam as relações sociais e podem fortalecer fobias, insegurança, angústia e estresse que carregam por toda a vida adulta.
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Os desafios da introdução alimentar são inúmeros e exigem atenção para identificar o problema e dedicação para corrigir o transtorno alimentar. A intervenção profissional é sempre a melhor escolha, uma vez que a criança em tratamento não associa os traumas da refeição com o momento da abordagem profissional se tornando muito mais receptiva a novas experiências.
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Para conhecer o trabalho da Dra. Carla Deliberato (CRFa 2-13919 ) acesse:
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