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As respostas que ninguém tem – dia 31

as respostas que ninguém tem - coronavírus - juggle

Eu não olhei no relógio a hora que ouvi a Catarina me chamar para ir no seu quarto, só sei que logo depois que deitei com ela meu celular despertou avisando que era 5h. Sai desesperada do quarto dela para desligar o despertador, que naquele silêncio poderia acordar facilmente o prédio todo quanto mais meus filhos. Parada no meio do nosso mini corredor (acredite é bem mini, rs!) olhei para a porta das crianças, olhei para  a porta do meu quarto, pensei seriamente em voltar para cama. Mas ali estava eu, de pé! Lembrei do chimarrão que tinha pré-preparado ontem à noite e me animei em permanecer desperta.

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Há quem considere pessoas que acordam às 5h da manhã super-heróis. É porque eles não sabem a luta que pode esse hábito pode travar  todos os dias. Como diz o Rafael, pastor da minha comunidade, não há melhores ou piores porque acorda cedo, só há o que funciona para cada um. 

Por um lado, era bom quando tinha minha rotina antes da quarentena, funcionava bem. Meditação, leitura, acordar as crianças, levá-las para a escola, academia, trabalho. Faz todo sentido acordar às 5h, ainda hoje, porque depois o agito começa e elas precisam de atenção. Sinto falta da rotina de exercícios, sinto falta da vontade de fazer exercícios físicos. Esses dias frescos de outono tem me deitado um preguiça, não de acordar cedo (talvez um pouco), mas de sair para correr ou caminhar. Eu sei que deveria. Meu corpo sente falta, mas não encontro vontade mesmo. Já falei sobre isso e acreditava piamente que depois de dois dias seguidos fazendo atividade física entraria no piloto automático novamente. Entretanto, não funcionou.

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As respostas que ninguém tem e todo mundo quer

 

Li alguns artigos essa semana sobre produtividade e refletindo sobre isso, talvez seja por isso que comecei a escrever um diário sobre a quarentena além de procurar novos conteúdos para compartilhar aqui no blog (Aceito sugestões, manda no meu Instagram!). De certa forma, é por isso que procuro manter a casa limpa e organizada. Deve ser por isso também que tento manter uma rotina de horários a serem cumpridos e me decepciono comigo mesma quando não consigo segui-los. 

No texto de ontem sobre o novo normal terminei me questionando sobre como será o futuro normal. Será como um botão de pause no filme e voltaremos ao mesmo ponto em que paramos? Honestamente, eu duvido e mais cansei de imaginar como será daqui a para frente. Quanto tempo mais ficaremos confinados em casa? Quando tudo voltará ao normal? Haverá um normal para retornar? As crianças sentirão falta do momento atual? Para ser bem franca: acredito que ninguém tem respostas para essas e outras perguntas que sondam a mente de tantas pessoas durante a quarentena.

 

O que aprendi sobre o amor na atividade da escola

 

Uma das tarefas do Cauê de hoje era fazer um texto sobre valores que deveria ter 15 linhas digitadas. Mas ele escreveu o texto no caderno e ficou extremamente decepcionado quando descobriu que teria que escrever o dobro, que se ele escrevesse quinze linhas no caderno resultaria em sete no documento do Word. Segunda parte foi fazer com que as ideias ganhassem vida. 

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Ele diz que para mim é fácil escrever porque faço isso aqui no blog, porém é bem diferente escrever e ensinar a escrever. Em uma folha paralela começamos a expor as ideias, assinalando outras a partir das primeiras para somente depois construir de fato o texto. Eu não sou especialista e nem professora, ajudei-o da forma que para mim fez mais sentido. 

Conto isso para vocês por quê? Porque custou três horas cheias do meu trabalho. Se eu focar apenas na produtividade, em entregar mais, em ser uma profissional de alta perfomance nessa quarentena, até posso conseguir. Mas qual será o custo disso? Vale a pena? Seria como soltar um palito de fósforo aceso numa sala cheia de explosivos, sair e fechar a porta atrás de si, tapar os ouvidos e só esperar pelo estrondo. Como se a porta fosse suficiente para proteger-se da explosão. Santa inocência!

Ao dedicar tempo para meu filho descobri a maneira como ele se sente amado. Não, obviamente ele não me respondeu declaradamente isso, o fato de descobrir isso valeu cada centavo da tarefa. Por isso recomendo seriamente ler As cinco linguagens do amor de Gary Chapman pois através deste livro você descobrirá técnicas para identificar a maneira como seu filho, marido, mãe se sente amado. Todos nós temos uma linguagem principal que entendemos e comunicamos que amamos. Muitas vezes não falar a linguagem de amor que a pessoa compreende pode resultar em frases “Você não me ama!”. O livro também está disponível em audiobook no Spotify.

 

Viver uma vida que vale a pena

 

Na verdade, acredito que todos nós queremos viver uma vida que vale a pena. Queremos ter certeza que quando chegar o nosso dia de fechar os olhos para esse mundo teremos a plena convicção de que realizamos tudo que era possível ser feito. Nos entregamos de corpo e alma para podermos finalmente descansar.

Contudo, a corrida frenética que trouxemos para dentro dos nossos lares não combina. Não há como vibrar nos dois tons. São ritmos diferentes. Viver uma vida que vale a pena é encontrar o equilíbrio entre as respostas que ninguém tem as respostas com o verdadeiro amor que está bem debaixo do nosso nariz. 

Quantos de nós temos valorizado as reuniões sem hora para acabar? Ficamos torcendo para termos várias delas durante o dia para nos fecharmos em nossos escritórios improvisados? Caímos dentro de uma rotina totalmente nova e acredito, que mesmo trinta dias depois, ainda estamos nos adaptando ao convívio 24/7. Uma luta na busca do equilíbrio entre profissional versus mãe versus dona de casa versus esposa versus mulher versus solitude. Na busca por respostas que ninguém tem o meu refúgio é acordar às 5 da manhã e meditar nas palavras de vida eterna, porque é só que encontro paz para me recarregar e tentar equilibrar todos esses pratos que estão em minhas mãos, a fim de viver uma vida que realmente vale a pena ser vivida.

 

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Diário de uma mãe em quarentena
1. O dia que parecia que não tinha fim – dia 12
2. A sociedade que não existirá mais – dia 13
3. Uma tempestade em dia de sol — dia 14
4. Nada como um dia após o outro – dia 15
5. Home school: desafio imposto pelo coronavírus – dia 16
6. O renovo de um abraço – dia 17
7. Como dispensar o tédio na quarentena? – dia 18
8. O motivo que nos fez sair de casa: vitamina D – dia 19
9. As dores do ócio na quarentena – dia 20
10. Uma arca chamada casa – dia 21
11. Esperança por dias melhores e a Páscoa – dia 22
12. Tradição que marcou a história da humanidade – dia 23
13. Profundas reflexões ou pirações de uma mãe em quarentena! – dia 24
14. Páscoa em família durante a quarentena – dia 26
15. Segunda-feira nossa de cada semana – dia 27
16. Quando circunstâncias preocupantes invadem a mente – dia 28
17. A loucura virou rotina com o vírus chinês – dia 29
18. 30 dias em quarentena e um novo normal – dia 30
19. As respostas que ninguém tem – dia 31
20. É possível se sentir livre e leve dentro de casa? – dia 32
21. A privação da liberdade não acabou – dia 33
22. Borbulhas – dia 34
23. Vassoura em busca do sindicato – dia 35
24. Aulas práticas de química na maternidade – dia 36
25. Jejum de palavras negativas – dia 37
26. Coisas simples da vida que fazem a diferença – dia 38
27. O olhar da janela: o que ele comunica para você? — dia 39
28. Quarenta dias de um diário de uma mãe em quarentena – dia 40
29. Paciência: a palavra da quarentena – dia 41
30. A brevidade dos nossos dias – dia 42
31. Dias e dias: os altos e baixos da quarentena – dia 44
32. Senhor avestruz e sua cara de paisagem – dia 48
33. Um dia exclusivo para as meninas – dia 53
34. Dia das Mães na quarentena – dia 54
35. Quando a falta de perspectiva bate na porta – dia 55
36. Desistir ou não, eis a questão? – dia 56
37. Detalhes contém um grande significado – dia 57
38. Peço licença para um pequeno desabafo – dia 58
39. Mozart e o poder do foco – dia 59
40. Sessenta dias em quarentena – dia 60

Sexta-feira, 17 de abril de 2020

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