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Alimentação, atividade física, sono e controle emocional são os elos da saúde familiar

Segundo o casal de médicos, Thanguy e Patrícia Friço, estes são os quatro pontos que pais devem cuidar em si próprios e em seus filhos a fim de implementar hábitos saudáveis dentro de casa

Pais desejam ter vida longa para acompanhar o crescimento de seus filhos. Da mesma maneira desejam que os filhos tenham vida longa porque os amam e querem que eles sejam felizes, aproveitando o seu tempo o máximo que conseguirem. Para que isso aconteça, estar saudável é fundamental. Contudo, nem sempre é fácil para eles identificarem hábitos pouco saudáveis em seus filhos, com potencial de trazer consequência ruins às suas vidas.

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Com o intuito de fornecer ferramentas aos pais que mitiguem esse problema, o casal de médicos, Thanguy e Patrícia Friço, formulou um guia simples para ajudar a identificar os principais elos de saúde da família, mostrando onde podem residir os verdadeiros problemas e o que deverá ser cuidado para implementar hábitos saudáveis dentro de casa. Este guia faz parte do livro de autoria dos médicos, chamado “Pais Saudáveis = Filhos Saudáveis” – Os 4 passos fundamentais para tornar-se um exemplo para seus filhos, transformar o seu cotidiano e revolucionar a saúde da sua família, publicado pela Editora Gente.

De acordo com Thanguy, o primeiro elo que deve ser levado em conta é o da alimentação. Para embasar sua preocupação com este aspecto, o médico cita o último Censo Nacional de Saúde do Ministério de Saúde, realizado em 2016, que mostrou que 56% de todos os adultos brasileiros estão acima do peso ou obesos e que 33% das crianças e adolescentes têm o mesmo problema. “Precisamos analisar com cuidado se a nossa família também se enquadra nessas estatísticas”, aconselha.

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Thanguy explica que a obesidade tem causas multifatoriais, mas que, na maioria dos casos, está associada ao abuso da ingestão calórica e ao sedentarismo. Nesse sentido, é preciso ficar de olho nos hábitos alimentares das crianças e jovens, não perdendo de vista que os pais são exemplos para os filhos e que seus comportamentos os influenciam. ‘Estudos já mostraram que quando um dos cônjuges está acima do peso, a chance de o parceiro também ter sobrepeso é de 50%. Quando ambos os pais estão acima do peso ideal, 75% das vezes os filhos também se encontram na mesma situação”, destaca.

O segundo importante elo da saúde familiar é a atividade física. Conforme Patrícia, tal item deve ser fonte de muita preocupação dos pais e mães porque, segundo o último Censo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde, cerca de 46% de todos os adultos brasileiros encontram-se sedentários e por volta de 85% das crianças e dos adolescentes também apresentam o mesmo problema.

Patrícia argumenta que o sedentarismo é uma das principais causas da epidemia de obesidade no mundo. “Acarreta ainda outros tantos problemas físicos e mentais, tais como diabetes, hipertensão, diversas formas de câncer, ansiedade, estresse, depressão, baixa autoestima e até prejuízos de cognição”, diz. Dessa forma, segundo a médica, é fundamental que família como um todo analise se está sedentária e se precisa começar a realizar atividades física com mais frequência.

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“O corpo humano foi feito para o exercício”, afirma Patrícia. Conforme a médica, quando as pessoas se tornam inativas, suas articulações incham, seus músculos enfraquecem e o aumento de gordura decorrente do estilo de vida sedentário afeta seu sistema cardiovascular, fazendo com que seu coração perca força e que fiquem mais expostas a doenças.

Conforme a médica, para a criança e o adolescente, a prática de exercício pode fazer a diferença entre uma vida saudável e carregada de limitações físicas. “Isto porque a intimidade com a atividade física durante a infância e a adolescência aumenta a propensão de esses jovens se manterem em movimento durante a vida”, diz.

O terceiro elo a que se deve ficar atento para verificar se a família está saudável é o sono. Mais uma vez, Thanguy utiliza dados do último Censo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde para suportar sua preocupação. Conforme o levantamento, 70% de todos os adultos brasileiros apresentam problemas relacionados ao sono e 10% a 30% das crianças e adolescentes também têm o mesmo problema. “Assim, precisamos analisar adequadamente os horários de sono da nossa família para identificar se algum membro apresenta qualquer problema para dormir”, afirma.

Thanguy ressalta a importância que o sono tem para o funcionamento do indivíduo, podendo ser considerado o elo perdido entre a saúde e a doença. “Distúrbios nesta área têm a capacidade de elevar o risco do aparecimento de várias alterações metabólicas e comportamentais, podendo levar a déficit de atenção, distúrbios do humor, ganho de peso corporal e até mesmo alterações do desenvolvimento neuropsicomotor”, comenta. Conforme o médico, especificamente para crianças e adolescentes, o sono exerce um papel fundamental no crescimento e no desenvolvimento.

Sobre as causas da insônia entre jovens, Thanguy explica que elas variam de acordo com a faixas etária. No lactante, por exemplo, pode se considerar o refluxo gastresofágico, a ingestão excessiva de líquidos e associações inadequadas para o começo do sono como o principal motivador. Já, em adolescentes, as principais razões são: o atraso fisiológico da fase de sono, as comorbidades de doenças psiquiátricas e a pressão familiar.

As formas mais comuns de lidar com insônia e outros problemas associados ao sono são, conforme Thanguy, estratégias comportamentais e as rotinas de higiene de sono. “As medidas de higiene do sono devem incluir: horário regular de início de sono de acordo com a faixa etária e restrição de alimentos estimulantes, como refrigerantes à base de cola e chocolates, especialmente à noite”, relata o médico, ressaltando que o papel dos pais para orientar os filhos sobre hábitos de sono, assim como no reconhecimento, suposição e busca de ajuda médica para tratar possíveis distúrbios.

O controle emocional é o quarto e último elo da saúde familiar. Todos os integrantes da família devem prestar muita atenção neste aspecto, porque, de acordo com o último Censo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde, 3% de todos os adultos brasileiros apresentam problemas relacionados à ansiedade e 20% têm problemas de depressão. Já entre crianças e adolescentes, a ansiedade acomete cerca de 80% delas e a depressão por volta de 15%.

Conforme Patrícia, é na vida familiar que as pessoas iniciam sua aprendizagem emocional, tomando ciência de como se sentem em relação a si próprias e de como os outros reagem a suas emoções. “Está comprovado também que a forma como os pais tratam os filhos tem consequências profundas e duradouras para a vida afetiva da criança”, declara.

Para que os filhos apresentam um bom desenvolvimento emocional, os pais devem, segundo a médica, cuidar do clima familiar, prestando atenção em alguns aspectos (positivos e negativos) que envolvem a dinâmica familiar. São eles: se há relação conflituosa; se há relação de poder e controle; se há apoio emocional; e se há vínculo afetivo. Segundo a médica, um clima familiar negativo pode acarretar aos jovens problemas emocionais e comportamentais e outros padrões de interação social disruptivos. Já um clima positivo tende a gerar benefícios coma a melhora das habilidades sociais; maior empatia; e melhor desempenho acadêmico.

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Tendo em vista a importância do elo emocional para o clima familiar e o desenvolvimento de crianças e adolescentes, Patrícia recomenda que os pais parem um pouco a correria do dia a dia e prestem atenção como estão as emoções de seus filhos. “Tenham uma conversa olho no olho, frente a frente, com eles, identificando se estão apresentando algum problema deste gênero e busquem ajuda especializada quando necessário para tratar os possíveis distúrbios”, orienta.

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